O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já avisou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que haverá mais invasões em 2024 do que no ano passado, recado dado em alusão ao Abril Vermelho, ação que consiste em atos como ocupações de latifúndios e de prédios públicos pelo País. À TRIBUNA DO NORTE, o movimento disse ainda não haver programação para o RN. O presidente da Agricultura e da Pecuária do Estado (Faern), José Vieira, afirmou que o setor está vigilante em relação a possíveis invasões, mas acrescentou que espera um ambiente sem interferência, de “tranquilidade e paz” para a boa produção do agro local.


Nos reunimos com o Governo do Estado, por meio das forças de segurança, do próprio secretário [de Segurança] e do titular da pasta de Agricultura, os quais nos garantiram que não haveria essas ocupações. O Executivo estadual alegou, inclusive, que estava atendendo às demandas do MST. Então, este ano, nós esperamos que essa paz continue no Rio Grande do Norte. Eu acredito nisso, mas estamos vigilantes”, afirma José Vieira.

Segundo ele, na hipótese de invasões, a Federação está preparada para dar apoio aos produtores. “Estamos com advogados à disposição e, caso alguma ocupação ocorra, nós vamos procurar os meios legais para resolver a questão junto à Justiça”, pontua. Ele reforça a necessidade de um ambiente seguro para a produção do setor no Rio Grande do Norte. “A interrupção da paz e da tranquilidade é ruim porque a gente sabe como um conflito começa, mas não sabe como termina”, assinala.

Por isso é preciso seguir com essa tranquilidade para nós conseguirmos seguir gerando emprego e renda”, complementa José Vieira. O Abril Vermelho é uma ação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, também conhecido como Abril de Lutas. No ano passado, o movimento buscou mobilizar famílias para invadir 11 terrenos no Rio Grande do Norte. Eles chegaram a ocupar a sede do Incra em Natal, ação repetida também no mês passado. Em janeiro de 2024, integrantes do movimento invadiram uma área do Distrito Irrigado do Baixo-Açu (Diba), na região do Vale do Açu. Cerca de 22 pessoas reivindicavam a instalação de um programa de assentamento na região.

Também neste ano, a deputada Isolda Dantas (PT), sugeriu a realização de sessão solene em homenagem ao MST pelo transcurso dos seus 40 anos de fundação, ocorrido em 22 de janeiro último, mas uma obstrução de declaração do deputado estadual Coronel Azevedo (PL) barrou a homenagem. Coronel Azevedo justificou que “ao longo desse tempo o MST tem se promovido e muitos enriqueceram às custas de inocentes úteis, promovendo a invasão de propriedades, desrespeitando a lei, matando animais, destruindo patrimônios públicos e privados”.



Fonte: Tribuna do Norte